No almoço de hoje, entre feijão preto, lulas e churrascos, não pude deixar de reparar na mãe com mangas de balão que estava sentada na mesa das três e um quarto. Foi então que cerca das três e vinte fui assaltada pela Ana dos cabelos ruivos e pelos vestidos dos domingos que juntamente com uns odiosos chumaços transformavam alguns dias da minha infância em verdadeiras escaladas de terror.
Admito, assumo, confesso...detesto, sempre detestei e estou certa que continuarei a detestar mangas de balão e chumaços.
Desde tenra idade que procurei reivindicar os meus direitos e convenhamos que com 6 anos não é fácil convencer os pais que efectivamente não gostamos de mangas de balão simplesmente porque são feias...já os chumaços, além de nos apagarem o pescoço, tornam-nos fortes e espadaúdos, tal qual um verdadeiro Riberalves...
Enfim, parece que o meu maior pesadelo está agora na moda e é só sair à rua para ver balões por todo o lado, mais ou menos murchos, mais ou menos tensos...
Resta-me torcer o nariz e disparar uns quantos raios de hidrogénio...hummm...faço mira, liberto aquela gargalhada quase maquiavélica e depois é ver-me lambuzar com a deliciosa visão de ter por fim colocado os balões no seu devido lugar...ar...ar!
domingo, 28 de janeiro de 2007
domingo, 21 de janeiro de 2007
época da cereja
Chega de pormenores, chega de detalhes...simplesmente chega...
Decidi que tenho uma cereja dentro de mim e não haverá maior prazer que libertá-la...bem sei que a minha árvore sofreu um ataque voraz de um trovão malvado...inesperado...mas a violência do embate acaba por passar e agora que estou no chão, quero muito rebolar...
Por isso, meus amigos, pinto os lábios de vermelho, despenteio o cabelo, inspiro a cidade como se do mar de outrora se tratasse e não penso...não penso...sigo...sinto...choro...e recomeço...e agora, já no chão, tropeço no trovão que o Zeus teimoso insiste em me lançar...tremo...mas sigo as setas do silêncio até que esse deus já cansado me liberte... e suspiro... e choro... e grito...sou uma cereja valente mas que um dia acreditou que sabia nadar...
Decidi que tenho uma cereja dentro de mim e não haverá maior prazer que libertá-la...bem sei que a minha árvore sofreu um ataque voraz de um trovão malvado...inesperado...mas a violência do embate acaba por passar e agora que estou no chão, quero muito rebolar...
Por isso, meus amigos, pinto os lábios de vermelho, despenteio o cabelo, inspiro a cidade como se do mar de outrora se tratasse e não penso...não penso...sigo...sinto...choro...e recomeço...e agora, já no chão, tropeço no trovão que o Zeus teimoso insiste em me lançar...tremo...mas sigo as setas do silêncio até que esse deus já cansado me liberte... e suspiro... e choro... e grito...sou uma cereja valente mas que um dia acreditou que sabia nadar...
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