Maria Cereja

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

presente

...tempos verbais, verbal, verbos, verbalizar... verborreio com um verbalismo extremo sem pensar nas consequências de, quem sabe, não haver mais verba para continuar... mas vendo bem, nos tempos que correm, o imperativo é continuar a ter tempo na certeza que o futuro será pelo menos condicional...

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

><>

a chuva é triste porque nos faz lembrar quando eramos peixes
Ramón Gomez de la Serna

quarta-feira, 15 de julho de 2009

depois (de) para ti

despido do sono esquecido
flutuas com bolhas no dedo da mão
e do pé
da mão
(mas)
remar nessa nuvem morna
(?)
descalça-me
ensina-me

quarta-feira, 8 de abril de 2009

mim o

_hoje apetece-me mimo

segunda-feira, 6 de abril de 2009

passarinho

depois de um fim de semana com areia no dedo grande do pé volta o reinado da peúga
à parte dos problemas hormonais que visivelmente alteram a minha lulla, frustra-me a coerência com que lixo todas as experiências fotográficas...
mais uma vez o rolo não prendeu...mais uma vez disparei para uns 40 momentos que não consegui parar...
o momento 35 já levantou suspeitas qb, o 25 ainda tresandava algum entusiasmo...acima do 39 já se sentia a ira na lente...
o destino diz-me que não é para mais tarde recordar mas insito em contrariar o óbvio e continuo a desprender filmes pouco negativos numa máquina que me continua a gozar de forma descaradamente obscena!
repitam-se as poses por favor...
não desista o meu público...comprem-se mais rolos...haja paciência...penitência...sorrisos...sem flashes...e tenho pelo menos mais 24 tentativas na carteira...

síncope


...espectáculo...
...abre o coração...
...começa...
...não é sempre assim?

terça-feira, 17 de março de 2009

estado de espirito

não consigo deixar de reparar nas migalhas que estão em baixo das teclas do x, do c, do f, do g e, claramente, do space

segunda-feira, 16 de março de 2009

quarta-feira, 11 de março de 2009

quarta-feira, 4 de março de 2009

impulso

tu: e se alguém de repente lhe oferecer cactos?
...
eu: aceito
...




terça-feira, 3 de março de 2009

domingo, 1 de março de 2009

abracadabra

senhoras e senhores ontem o mágico da máscara tirou uma flor da barriga da assistente...eu vi...
também vi que a assistente tinha três mãos...
...mas sinto-me capaz de tirar flores da minha barriga, sem mãos, quando deixas de a ver...
acho que este mês criei dois jardins e um campo de futebol...tudo fruto da minha barriga...sem magia...
não tenho a certeza sobre qual a produtividade verde de uma barriga humana mas deve depender muito das condições ambientais da envolvente da barriga em causa...
é preciso regar as barrigas...
arrancar os verdes que não queremos e nos fazem dores de barriga
mexer-lhe...
falar com ela...
protegê-la...
elogiá-la até a barriga cantar...
as barrigas são assim...
mas apesar de ser mais primavera quando as flores caem da barriga...
fica vazia...

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

#7

quem sabe eu nem vos quero bem
quem sabe eu nem sou ninguém
quem sabe eu não sei quem

quem sabe eu sou quem queria ser
quem sabe eu nunca o vou saber
quem sabe eu sou bem melhor

quem sabe o medo é minha cruz
quem sabe o medo é meu motor
quem sabe o medo é luz

quem sabe eu não estou só a tentar
desesperadamente uma razão
para seguir
ou para não parar

manel cruz
foge foge bandido

fôlego

dias bonitos que te inspiram...
suspiro...
...determinada em gritar jerónimo ou antónio ou miguel...
aos dias que passam vejo-me envelhecer e não entendo porque teimo em ficar.
se aprendi lições com os erros que escrevi salgados não entendo porque insisto em (me) esquecer...
calo no peito, arrumo no cérebro...penso e sorrio, penso e deito fora...
odeio-te loucamente, platonicamente, por me dizeres que o meu sol é de toda a gente...
...mas continuo a querer voar...



...e tenho a certeza que é possível...

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

amanhã é dia de ir à pastelaria

Afinal o que importa não é a literatura
nem a crítica de arte nem a câmara escura

Afinal o que importa não é bem o negócio
nem o ter dinheiro ao lado de ter horas de ócio

Afinal o que importa não é ser novo e galante
– ele há tanta maneira de compor uma estante!

Afinal o que importa é não ter medo: fechar os olhos
frente ao precipício
e cair verticalmente no vício

Não é verdade rapaz? E amanhã há bola
antes de haver cinema madame blanche e parola

Que afinal o que importa não é haver gente com fome
porque assim como assim ainda há muita gente que
come

Que afinal o que importa é não ter medo
de chamar o gerente e dizer muito alto ao pé de muita
gente:
Gerente! Este leite está azedo!

Que afinal o que importa é pôr ao alto a gola do peludo
à saída da pastelaria, e lá fora – ah, lá fora! – rir de
tudo

No riso admirável de quem sabe e gosta
ter lavados e muitos dentes brancos à mostra


Mário Cesariny